terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz ano velho!

O ano de 2008 foi um ano de reanimação para o movimento estudantil de ciências socias. Apesar das dificuldades algumas atividades conseguiram ser realizadas, mesmo nos momentos em que não havia uma gestão de centro academico e que a desmobilização era geral. Com muita bravura alguns estudantes conseguiram fazer uma recepção aos calouros, logo depois tambem com muito esforço se conseguiu levar uma delegação para o Encontro Nacional de Ciências Socias(Enecs) , realizado na Bahia.O Forró do Corredor que foi pra seu sexto ano também não poderia ser esquecido. A eleição do Cacam, que definiu uma nova coordenadoria após dois anos. Além de minimamente retomar a discussão sobre a Sociologia no ensino médio, com reuniões e assembleias.Voltamos a ocupar a cadeira discente nas reuniões do Departamento de Ciências Sociais.. Retomamos também a participação na politica universitaria, participando dos Ceb's ( Conselhos de Entidades de Base) e da ocupação da reitoria, promovida pelos residentes do campus Laranjeiras, trazendo novamente a tona o debate sobre a Assistência Estudantil.
Fazendo essa breve retrospectiva podemos ver que 2008 foi um ano bom, mas lógico com muitas dificuldades. Esperamos que em 2009 possamos conseguir mais conquistas, participar do Encontro Regional de estudantes que será realizado na URCA/Cariri e do Encontro Nacional que será realizado na UFPB/Paraíba. Ir ao Fórum Social Mundial em janeiro que irá acontecer em Bélem-PA, continuar a fazer o debate sobre a sociologia no ensino médio de forma que possamos discutir tudo que nele rodeia ( a licenciatura, o que dar em sala de aula, a realização de concursos...) , apresentar um projeto de Semana de Ciências Socias. Além de participar das lutas que tragam melhorias a universidade e aos estudantes. Promover mais assembleias e mais eventos politicos/academicos e ampliar nossa comunicação.
Desejamos a todos um feliz 2009,com muitas lutas e conquistas!!!
Nos despedimos de 2008 com uma frase de Pierre Bourdieu:


“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro poder crítico”

Gestão Contrafogos
Desafinando o coro dos Contentes

sábado, 27 de dezembro de 2008

Grandes nomes das Ciências Sociais - Florestan Fernandes


A trajetória de vida de Florestan Fernandes*

Ao revisitar a obra do autor, estou ao mesmo tempo relembrando sua trajetória de vida muito especial: filho de uma lavadeira portuguesa, que, segundo alguns biógrafos, era analfabeta, Florestan teve uma infância dura e trabalhosa. Freqüentou apenas três anos regulares do ensino primário em São Paulo, trabalhando paralelamente aos estudos como engraxate, biscateiro, auxiliar de garçon, entregador de remédios a domicílio, entre outras atividades. No final da década de 1930 fez seu exame de madureza (ginásio e colégio), e, em 1941, deu início aos seus estudos em ciências sociais (antropologia e sociologia) na USP. Seus professores foram Roger Bastide, Emílio Willems, Radcliff-Brown, Donald Pierson, entre outros. Formou-se em 1945 e foi convidado a trabalhar como assistente na cadeira de Sociologia da USP, até então ocupada por Roger Bastide, a qual assumiu como titular em 1964, por indicação de seu mestre. Cinco anos depois foi destituído desse cargo, pelo AI-5 do regime militar, sendo aposentado compulsoriamente. O mesmo destino tiveram Fernando Henrique Cardoso, Otávio Ianni, entre vários outros colegas da USP e de outras universidades públicas brasileiras. Nessa ocasião, Florestan Fernandes tinha 45 anos e estava no auge de sua carreira intelectual e acadêmica. No início dos anos de 1970 aceitou convite da Universidade de Toronto no Canadá, onde acabou sendo nomeado professor titular. Voltou para o Brasil por razões pessoais em 1973. Proibido pelos militares de lecionar, coordenou para a Editora Ática a série "Grandes Cientistas Sociais", procurando sobreviver como podia. Havia rejeitado convites para trabalhar nos USA, na Alemanha e até mesmo no Cebrap, fundado com auxílio de recursos da Fundação Ford pelos cientistas sociais cassados, entre eles seus ex-alunos Fernando Henrique Cardoso, Arthur Gianotti e José de Souza Martins. Suas razões foram políticas: não trabalharia para instituições financiadas com recursos americanos, pois atribuía aos EUA a iniciativa de iniciar e sustentar o golpe militar no Brasil.



Com a criação do PT na década de 1980, recebeu convite do próprio Lula para afiliar-se ao partido, mas somente aceitou o convite quando este lhe explicou que não seria o partido que o financiaria e sim o sociólogo, que financiaria o partido, no qual então entrou em 1986. Neste mesmo ano foi eleito Deputado Federal pelo PT de São Paulo. Ajudou a elaborar a Constituição de 1988 em Brasília e foi reeleito por mais um período parlamentar. Apesar da insistência do Partido, não se candidatou por uma terceira vez, alegando motivos de saúde. Morreu em agosto de 1995, alguns dias depois de completar setenta e cinco anos, vítima, segundo consta, de erro médico ou negligência hospitalar, depois de um transplante de fígado.


(...) Fernandes percebera, na própria carne, que o indivíduo mesmo altamente dotado e consciente para fazer o diagnóstico correto do seu tempo, não tem poder de transformação da sociedade como indivíduo isolado. Seu potencial de transformação da realidade global depende de conjunturas e tendências internacionais, nas quais o indivíduo singular submerge, sem poder de intervenção ou transformação. Ao apoiar-se em conceitos como "modo de produção capitalista", "imperialismo", "relações de produção" tem consciência de que se trata de fenômenos históricos que acontecem independentemente das vontades individuais e que se precipitam como avalanches, über die Köpfe der Individuen hinweg (Marx), "por cima de nossas cabeças".(...)


(...) Em sua terceira fase de produção (já como membro do PT e da Câmara) Fernandes nunca mais voltaria a trabalhar numa instituição de ensino superior. Em conversas e cartas exprimia seu desprezo pela burocratização da universidade e pelo carreirismo egocêntrico da maioria dos professores e pesquisadores, que repassavam essas atitudes às novas gerações de universitários. Os anos em que acreditara poder mudar a sociedade brasileira a partir de um conhecimento científico profundo da realidade com auxílio da ciência, da educação e do planejamento (categorias emprestadas à Mannheim) estavam perdidos para sempre.




*extraido do artigo "Florestan Fernandes: revisitado " de Barbara Freitag ( professora titular do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) e professora livre-docente da Universidade de Berlim, Alemanha) , http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300016

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Poema de Mauro Iasi

Trabalho Morto
Mauro Iasi*

Cérebros, nervos, musculos...
meu corpo explode em coisas que não sou eu

Os seres humanos fazem coisas maravilhosas
que o trasformaram em coisas terríveis.

M-D-M
Disse-Me-Deus
D-M-D
E Deus não mais existe
O Diabo expulso do céu...resiste.
D-M-D'
E as coisas caminham com seus pés
suas almas cheiram sangue
Quando se vendem em cada esquina.

Saíram de mim por cada poro
fugiram de mim pelo cansaço
romperam meu corpo de carne
fluido de óleo...pele de aço.

Ganham vida roubando a minha.
assumem porque abdico
falam porque calo
fetichizam porque reifico.

Sou eu que me olho coisa
já fui ela, mas me esqueço
É a vida que olho no corpo da coisa,
mas, morto...não me reconheço.


*Mauro Iasi é Doutor em Sociologia, educador popular do Núcleo 13 de maio de Educação popular e militante do PCB e autor de vários livros. Extraido do livro Meta Amor Fases , ed. Expressão Popular, 2008.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Concurso para professor de Sociologia e Filosofia

Ao contrário de Sergipe, a Paraíba já abriu concurso paraprofessor de Sociologia e Filosofia, matérias que passaram a ser obriagtorias em todo ensino médio.

Os interessados podem entrar nesse link aqui :
http://sites.google.com/site/implantacaodecienciassociais/


E Sergipe quando vai fazer o seu? hein?